quinta-feira, 16 de julho de 2015

Dias de vidas

Dias alegres, dias tristes. Dias alegres mas com memorias que nos tremem o coração. Todos temos dias assim. Dias em que navegamos alegremente no nosso barco repletos de alegrias, afetos e risadas. Luzes permanecem acesas ao nosso redor, rejubilando de alegria os cabelos dançam ao sabor da brisa que desliza sobre as águas. É vida, é calor, paixão. Somos felizes, realizados e apaixonados.

Todavia, por momentos repara-se no azul vasto das águas, há algo mais. É o espelhar dos nossos olhos, as tristezas guardadas nos mais profundos cofres da alma, perdas que jamais serão esquecidas e saudades, essas que nunca poderam esmorecer. São dores da alma, medos que se tenta que caiam no esquecimento, traumas que ninguém pode esquecer. Porque todos esperam que só porque a tempestade passou,  a bonança tem que surgir com obrigatoridade. Mas não, as dores levam tempo a sarar e por vezes as luzes e música alegres apenas desfocam ante o sufoco das experiências que passaram.

A dor essa, por todos é esquecida excepto quem a experienciou. Por mais vivacidade que exista nesse ser, há feridas de guerras e batalhas que jamais saram. Há momentos que é inevitável esquecer a dor que aperta o peito, sim. Sufoca tanto na alma que chega a sufocar o corpo. Sufoca tanto quem nem bonança no Reino dos Sonhos se avizinha.

Acontece que são os verdadeiros guerreiros que apesar de tantas batalhas e guerras perdidas, não baixam os braços para a felicidade. Não esquecem que querem a felicidade, não esquecem que um sorriso exterior impulsiona um interior... São esses que no final do túnel encontram a luz da esperança, que por vezes tarda a aparecer.

Porque é vida e alegria que todos procuramos, músicas e luzes felizes... Paz e prospriedade material e imaterial. Somos de tudo um pouco, o fisíco e espiritual. Mas é isso que faz de nós os verdadeiros guerreiros e sábios, pois experienciámos e podemos falar de algo que nem todos viveram para poder contar.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Pergunto o que seria se as rosas fossem naturalmente cor do céu, poderiam mudar de cor? Soa absurdo, como um absurdo devaneio mas não desprovido de senso.

Como seriam as belas pétalas da cor da alvorada? Quando nasce o Sol lentamente, em tons azuis claros e quentes suaves misturam-se. O despertar de todos os pequenos seres, incluindo o alegre rouxinol.

Como seriam as pétalas da cor do meio-dia solar? Eis que o céu se enche de uma luz quente e até mesmo arrebatadora e radiantemente de tons quentes que abafam o azul-céu. E a água que alimenta esta bela rosa chega mesmo a queimá-la por dentro e por fora? O calor intenso que seca a Terra?

Como seriam as pétalas da cor da tarde? Os tons mais quentes e intensos se fazem avistar, com menor calor. Ansiosamente, a água deixa de queimar esta bela planta e lembra-nos que também se alimenta do fluxo de vida.

Como seriam as pétalas do lusco-fusco? Aquando os tons quentes e frios dividem o céu. De um lado dos laranjas se dissipam com os tons rosa em um perfeito e belo gradiente. Não ficando por aqui, a luz e a escuridão que se avizinha também dividem o céu. De um lado o dia que se desvanece no tempo e espaço, do outro a noite caminha de encontro ao seu trono nos céus.

Como seriam as pétalas da noite? Azuis voltam para ficar, no entanto mais intensos, escuros e belos. Absorvidos pela escuridão como breu as distantes estrelas iluminam o azul nocturno em noites sem nuvens por vezes acompanhadas por um majestoso luar, outras vezes não.

Todavia, aconteça o que acontecer, o que defina por último, além da raiz são os famintos espinhos, que anseiam por perfurar a carne.